quarto

Assim que consegui chegar ao hotel mais perto de onde se iria realizar o campeonato . Pousei as coisas e tentei acalmar o nervosismo normal antes das provas. Mudei de roupa e peguei na minha tábua preferida trocando as rodas do skate para as que só usava nas competições e saí de casa rumo à competição.

Cheguei rápido ao quarto de hotel, dando passadas largas por estar irritado. Fechei a porta brutalmente e atirei-me para cima da cama.
Estava a ser estúpido, não tinha de estar tudo automaticamente perdido, podia mandar-lhe uma mensagem. Era isso que iria fazer, peguei no telemóvel e escrevi uma mensagem a explicar-lhe.

Entrei no quarto furioso batendo com a porta em Marcus.
- Desculpa.. - pedi deitando-me na cama. Fixei um ponto no tecto e respirei fundo.
Marcus nada disse durante todo o tempo que ali esteve, sei bem que ele nunca gostou de escolher lados mas sabia que eu tinha razão. Ajudou a tratar-me das feridas e quando lhe garanti que estava calmo fui tomar um banho e deixei-me ficar de boxers em cima da cama.

Vesti-me rapidamente e sai da praia indo ter ao hotel que ele me tinha indicado. Bati à porta e como reparei que estava meia aberta, abri-a mais um pouco e deparei-me com um quarto bonito, e com algumas coisas de um skater e vi logo que era o dele. - Ryan...? - chamei-o.

Esfreguei os olhos quando Anne perguntou por mim, por estar quase a dormir e esqueci-me do meu rosto dorido. - Foda-se! - praguejei baixinho tocando nos sítios onde me doía. - Entra...

Fui atrás de onde vinha voz dele, vendo-o deitado em cima da cama de boxers. Tentei não o olhar de alto a baixo mas foi praticamente impossível e só ai reparei na sua cara. Sentei-me a seu lado deixando a mala que tinha trazido da praia no chão. - Isso está mesmo mal... - murmurei e aproximei-me para lhe dar um beijo na testa, um dos sítios da sua cara onde ele não tinha feridas.

Nem me lembrei do facto de estar de boxers mas ela pareceu não ligar muito a isso visto que se aproximou de mim dando-me um beijo na testa ao qual eu fechei os olhos sentindo-o. - Já esteve pior.. - disse olhando-a nos olhos a centímetros do seu rosto.

Sorri-lhe e voltei a endireitar-me, sentando-me a olhar para ele. - Que andaste a fazer? - perguntei mexendo no tecido dos meus calções. Aquilo não parecia mesmo nada ter sido de cair do skate.

Sorri-lhe também e toquei-lhe no rosto. -Oh, não goi nada... - revirei os olhos e deitei a cabeça na almofada. - Andei à porrada... - acabei por confessar.

Fiz uma careta. - Nem quero saber o porque de andares à porrada... - ri-me. Certamente por uma rapariga ou assim.

- Achas que foi por o quê? - ri-me ao imaginar o que ela estava a pensar. - Achas que foi por uma rapariga? - ri-me ainda mais mas levei uma mão à cara porque me doía.

Ri-me com ele. - Lês pensamentos? - brinquei com ele. - É um pouco obvio... vocês rapazes andam sempre à porrada por raparigas... - encolhi os ombros. Ou talvez não tivesse sido por uma rapariga.

Ri-me e agarrei a sua mão. - O único nome de rapariga em que falámos foi o teu... - encolhi os ombros também e mordi o lábio olhando para baixo, não era costume eu ter este à vontade com ninguém ao fim de tão pouco tempo.

Olhei-o meia desconfiada. O que ele tinha andando a fazer? - O que que andaste a fazer com o meu nome...? - perguntei ainda meia desconfiava. Talvez fossem daquelas conversas da praia. - Talvez seja melhor não saber... - acabei por dizer.

Revirei os olhos e larguei a sua mão de forma bruta cruzando os braços ao peito. - Sim, acho que é irrelevante saberes que te defendi quando mais uma vez perguntaram se te tinha fodido. - disse um pouco de mau humor. Como é que ela ainda pensava que eu tinha falado mal dela?

Suspirei lentamente a sua reacção e deixei-me ouvi-lo até ao fim, não que ele tenha dito muita coisa para foi o suficiente para perceber que se calhar tinha sido injusta com ele. - Espera... - murmurei ainda um pouco confusa. - Estás a tentar dizer-me que andas-te à porrada 'por mim'?

-Humhum. - disse secamente enquanto abanava a cabeça positivamente. Olhei o tecto para não a encarar e entoei o ritmo de uma musica qualquer baixinho.

Passei a minha mão pelo seu braço despindo, acariciando o mesmo muito lentamente, sem nunca o deixar de olhar. - Foi querido da tua parte... - murmurei com um sorriso. - Mas não gosto de te ver assim.

Segui a sua mão com o olhar. - Obrigada. - agradeci ironicamente - Pois, e eu não gosto que falem de ti como se fosses uma qualquer. - suspirei.

Não deixei de sorrir levemente ao ouvir o que ele tinha dito, por isso é que gostava de maneira dele. Desta vez suspirei eu e desviei o meu olhar do seu. - Não gosto nada que estejas estranho comigo... - admiti, sentando-me como deve de ser a seu lado.

Respirei fundo e cheguei-me para um canto da cama. - Anda para aqui.. - disse e fiz-lhe sinal para que se senta-se ao meu lado encostada à cabeceira da cama.

Desapertei os atacadores dos meus vans cor-de-rosa e fui até ele sentando ao dele, bem perto. - Precisas de alguma coisa? - perguntei baixo.

Passei os braço pelos seus ombros puxando-a mais para mim ainda. - Não..só que fiques aqui comigo.. - olhei-a.

Encostei a minha cabeça ao seu ombro despido. Okay, ele tava todo despido, só tinha os boxers.. - Eu fico aqui. - garanti-lhe.