Piscina

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Dei voltas a mim próprio olhando para minha casa e encolhi os ombros.
-É uma causa normal - disse-lhe - Tem um quarto para eu dormir e uma cozinha para eu comer. - suspirei e olhei para ela. Tinha decido não a beijar mais, agora estava amuado, mais valia não lhe ter dado de boa vontade. Sentei-me à beira da piscina agarrando numa garrafa de cerveja que estava na relva, devia ter sido do meu irmão.

- Oh, mas não deixa de ser bonita.- murmurei, mostrando um pequeno sorriso. Vi-o sentar-se na borda da piscina e encolhi os ombros, fazendo o mesmo. Ele estava estranho, outra vez. Cheguei o meu corpo para junto do dele e olhei-o.- o que é que foi agora? E não me digas que não foi nada.

Olhei para ela sorrindo levemente - Não tenho nada - ri-me e encolhi os ombros encestando a garrafa de cerveja no lixo que havia atrás de mim. - Só não gosto que as pessoas pensei mal de mim.

Ele estava a falar do quê? Fiz uma cara toda estranha e o meu olhar prendeu-se na água enquanto eu pensava quando é que tinha pensado mal dele.- ah.- deixei escapar. Ele estava assim por causa da pergunta que eu lhe tinha feito.- eu não pensei mal de ti.- abanei a cabeça. Quer dizer, se calhar até pensei, mas faz de conta.- tu até não pareces ser assim tãão má pessoa, até me ajudaste.- encolhi os ombros.

-Não pareço? - ri-me - Achas que tento fazer parecer que sou má pessoa? - olhei-o sorrindo e saltei para a água olhando-a de frente. - Considera os meus beijos... uma caridade - fiz uma careta.

Abanei a cabeça e ri-me.- não, não foi isso que quis dizer.- gargalhei, mandando-lhe água para o peito.- estava a dizer que ainda não me deste motivos para falar mal de ti, e aquela pergunta foi inocente, não estava a querer dizer nada.- olhei-o.- acho que os meninos desfavorecidos eram capazes de não gostar muito, mas eu até gosto dessa tua caridade.- disse baixinho, corando ligeiramente.

Ri-me enquanto me aproximava dela e olhei-a.
-Tu nunca beijaste mesmo ninguém? - perguntei meio atónito. Fiquei próximo dos seus lábios mas não a beijei e fiquei a olhar os seus lábios à espera da sua resposta.

Encolhi os ombros e aproveitei a sua proximidade para lhe rodear o pescoço com os meus dois braços.- não.- murmurei.- foste o primeiro rapaz a quem eu dei um beijo.- olhei-o.- ou vários.- ri-me.

Merdinha... se ela se apaixonasse por mim era merdona. -E estás confortável com isso - disse passando as minhas mãos pelos seus braços e descendo pelas suas costas até à cintura trazendo-a para mais perto.

Neste momento? Não havia religião ou reza que aparecesse na minha cabeça. Apenas a sensação de estabilidade que ele me transmitia. Mas isso, e apesar de tudo, começava a assustar-me.- por incrível que pareça, estou.- murmure, baixando o meu olhar até à água.

Sorri levemente por ter confirmado e aproximei-me da sua boca.
-Então beija-me - disse apenas. Tentei controlar-me porque a miúda estava a pôr-me a cabeça de baixo toda às voltas e isso não podia acontecer outra vez, não queria ir para a casa de banho outra vez.

Eu o quê? Be..bei...beijá-lo?! Abri ligeiramente os olhos mas não me afastei. Hoje estava decidida a ser uma rapariga normal, ou pelo menos tentar sê-lo. As minhas mãos que estavam à volta do seu pescoço, subiram pelo mesmo até encontrar a sua face. Segurei a mesma cuidadosamente enquanto a aproximava da minha. Olhei os seus olhos enquanto roçava os nosso lábios, entreabrindo os seus com os meus. Aproximei-o de mim e envolvi-nos num beijo calmo.

Sorri quando ela andou a roçar os nossos lábios e agarrei no seu rabo puxando-o contra mim e agarrando-a ao colo colocando-a também um pouco na água. Pelo menos ela dava beijos calmos, porque se fosse eu a começar, acho que ela já estava nua.

Enrolei as minhas pernas em volta do seu quadril quando pegou em mim ao colo e continuei a beijá-lo, sentindo a água tocar-me no rabo. Ai Jesus que é desta que se me apaga a luz. Já viste o que estás a fazer? Epá, deixa-me. Soltei um pequeno suspiro e quando precisei de ar, separei o beijo, deixando-me ficar de olhos fechados.

Assim que ela separou o beijo olhei-a, vendo os seus olhos fechados e não consegui evitar, juro que tentei parar, mas não consegui. Beijei-lhe o pescoço passando a língua pelo mesmo até ao ombro, mas parei por ali colocando-a no chão antes que a minha cabeça a de baixo começásse a pensar demasiado.

Agarrei os seus cabelos com um pouco mais de força quando senti a sua boca no meu pescoço e um som muito estranho saiu pela minha boca assim que a sua língua se juntou. Quié isto? Será que eu estava a rezar noutra língua?
Abri os olhos muito lentamente quando me senti ser colocada no chão e mordi o lábio olhando-o.

-Não posso continuar Claire - disse olhando-a - Tu és virgem, eu sou demasiado... - não encontrei a palavra - não sei, eu sou um engatatão, se continuar a beijar-te isto vai sair para maus caminhos que tu podes querer mas que depois te arrependes - abanei a cabeça - não quero ser o mau da fita.

Ele tinha razão, muita razão. Apesar de eu me estar a sentir estranhamente bem a fazer tudo aquilo, além de ser pecado eu sabia que me ia arrepender mais tarde. E além do mais, eu não era, de todo, o tipo de rapariga que ele procurava. Aposto que ele fazia o mesmo a todas, e para além disso depois de ter o que quer das raparigas ele deve ser do tipo de partir para outra. Resumidamente, era um pecador ambulante.- sim, tens razão.- murmurei.- e obrigada.- voltei a sentar-me na borda da piscina, chapinhando com os pés.

-De nada - ri-me e agarrei-lhe nas mãos quando se foi sentar novamente - Vou ensinar a nadar - olhei para ela sorrindo levemente - Deixas-me? - perguntei puxando-a para dentro de água.

Olhei as nossas mãos juntas e depois olhei para ele.
- Pode.- assenti.- desde que não me deixes ir ao fundo, e muito menos afogar.- fiz uma cara mais séria.

-Achas? Estás numa piscina e eu estou a agarrar-te - ri-me e coloquei-me a boiar na água batendo os pés para não ir ao fundo - consegues imitar-me? - perguntei. - Boias e bates os pés.

- Sei lá, isto é tudo farinha do mesmo saco.- arregalei os olhos e vi-o afastar-se e deitar-se sobre a água. Olha-me este, agora virou Jesus e quer caminhar sobre o mar. Abanei ligeiramente a cabeça e assenti.- acho que consigo.- murmurei e deitei-me como ele, mas acho que o meu cu pesava demais, porque fui ao fundo.

Ri-me da expressão dela e fui busca-la, apesar de ela ter pé. - Faz isso enquanto estiveres a bater os pés - disse afastando-me e agarrando-a nos braços com força para ela não ir ao fundo novamente.

Ai que o Diabo virou o meu salvador privado. Este mundo estava mesmo perdido. Agarrei-me a ele quando me veio apanhar e abracei-o.- com aquilo que disseste, nunca mais me vais beijar, é isso? - beijei-lhe o pescoço. Devia estar embriagada eu. Deixei que me agarrasse nos braços e voltei a imitá-lo, conseguindo desta vez.