Iraque

Abri os olhos devagarinho e estranhamente, já não havia pó nem deserto, nem nada, havia o quentinho do corpo de Brad. Arregalei os olhos não me mexendo muito e vi a seu braço por cima do meu corpo e de seguida a sua cara perto da minha. Mordi o lábio já com as hormonas todas aos saltos e ia acorda-lo, mas ele estava a coisa mais adorável de sempre. Hã? A sério Daniel? Assenti para mim próprio enquanto o olhava e estiquei uma mão até lhe dar uma festinha, mas logo a afastei voltando a ajeitar-me na cama.

Pela primeira vez naquele dia, alguma coisa estava a correr como eu queria, não mel mebrava da última vez que tinha dormido tão bem e tão quentinho. Abri os olhos de repente assim que senti movimento e abanei a cabeça, puxando alguma coisa mais para mim de novo. Eu podia estar de olhos abertos, mas ainda estava completamente a dormir.
- Não fujas.- murmurei com a voz toda arrastada e enfiei a cara mais no quentinho, colocando também a minha perna em cima de qualquer coisa. Naquele momento, eu recusava-me a acordar.

Ai mãezinha, eu sei que estás a ver isto, desculpa. Fiz uma careta com os meus pensamentos depois de ele me ter puxado mais para ele e abri a boca para falar quando ele pediu para não fugir, olhando-o. Ele ainda estava meio a dormir por isso apenas abanei a cabeça e mordi-me todo para parar de pensar em coisas que não devia. Sustive a respiração assim que senti a sua perna em cima de mim mas fiquei totalmente atordoado quando a sua respiração embateu contra o meu pescoço fazendo-me ficar arrepiado dos pés à cabeça e com uma sensação num determinado sitio que eu conhecia e não podia ser bom sinal.

Passado algum tempo, por mais que eu quisesse ficar assim para sempre, os meus olhos começaram a abrir devagarinho. Resmunguei alguma coisa imperceptível, desagradado com o que estava a acontecer e assim que a minha visão se começou a focar ao poucos, eu dei-me conta do que estava a acontecer. Eu estava completamente colado a Daniel. Abri os olhos de repente, afastando-me dele e ao fazê-lo, o meu corpo rebolou pela cama abaixo, eu esqucia-me sempre de como aquilo era demasiado estreito e pequeno para mim.
- Merda.- resmunguei baixinho, passando uma mão pela cara e apenas levantei a cabeça para ele, mordendo-me todo por dentro, agora percebia porque é que estava a dormir tão confortável.- já estás mais calmo? - perguntei baixinho.

Fiquei a olha-lo enquanto despertava e arregalei os olhos quando ele me olhou, quando compreendi que ele se ia afastar estiquei-me logo para não o deixar cair mas foi tarde demais. Mordi o lábio colocando-me lado com as mantas por cima e a cabeça na almofada de novo. - Estás bem? - perguntei quando se queixou encolhendo os ombros à sua pergunta. Acho que ainda estava irritado e confuso com tudo, ainda havia aquele misto de emoções que me fazia sentir... nem sei como, só queria desaparecer até isto passar.

Acabei por me sentar, agarrando-me aos seus joelhos e continuei a olhar para Daniel, encolhendo apenas os ombros para responder à sua pergunta. Eu estava com uma vontade tremenda de lhe saltar para cima, isto começava a tornar-se incontrolável. Passei as mãos pelo meu cabelo despenteando-o, na esperança de afastar aquelas ideias, e soltei um leve suspiro. Isto estava a dar comigo em doido.
- Desculpa pela forma como te tratei.- pedi.- eu não sei o que me deu.

Quase que estive para me pôr debaixo das cobertas todas quando ele passou a mão pelo cabelo, aquele cabelo... , mas isso ia dar demasiado nas vistas por isso apenas me mantive quietinho, tentando ignorar o facto de me apetecer saltar-lhe para cima e fazer coisas que... arregalei ligeiramente os olhos com os meus pensamentos, mas lá o voltei a ouvir, ouvindo-o pedir-me desculpa.
-Também não estive muito bem - admiti com um suspiro e um encolher de ombros.

Encostei a minha bochecha aos meus joelhos enquanto o olhava e soltei um bocejo baixo, esfregando depois os olhos com uma mão. Voltei a encolher os ombros face ao que ele disse, face ao seu pedido de desculpas, e tal como ele, soltei um suspiro. Acho que os dois estávamos. Precisar de falar, mas nenhum tinha coragem para dar o primeiro passo. O que se passava não era normal, até aí acho que ambos já tínhamos chegado. Cheguei-me mais para ao pé da sua cama, encostando a cabeça na mesma e mordisquei o meu lábio.
- E desculpa pelo que viste à bocado, não era suposto.- murmurei muito baixinho, acho que só agora é que estava a ficar realmente envergonhado.

Mais uma vez, contive-me a lhe tocar no cabelo quando encostou a cabeça à minha cama, mas não me consegui conter de me rir um bocadinho encolhendo mais uma vez os ombros - eu sei - agarrei-lhe num braço, puxando-o para cima - anda, deita-te - disse sentando-me na cama enquanto o puxava para a mesma - estás cansado - até eu estava, mas era cansado disto tudo.

Assim que ouvi as suas gargalhadas, não levantei o meu olhar dos meus joelhos, se eu tivesse um buraco à minha frente, eu enfiar-me-ia lá e nunca mais saía. Os meus planos para aquele dia, tinham saído mais do que arruinados. Levantei a cabeça assim que senti a sua mão no meu braço e assenti ao que ele disse, levantando-me para que ele não tivesse de me puxar mais. Puxei as mantas da sua cama para trás, voltando a deitar-me ao seu lado, e sem querer, fiquei a olhá-lo.

Deixei-o deitar-se sozinho, ficando ligeiramente surpreendido por não ter dito nada. Ele não estava nada bem. Deitei-me ligeiramente olhando-o enquanto o fazia e engoli em seco por ele estar a fazer o mesmo, aqueles olhos eram tipo... eram tipo... eram tipo... eu nem conseguia pensar. Tal como sempre fazia, tentei conter-me no que estava constantemente a pensar fazer, mas nem isso resultou. Eu estava tão necessitado que lhe assim que deixei a cabeça cair na almofada agarrei-lhe na farda e puxei-o até o beijar, esperando que desta vez ele se passasse a sério comigo, mas eu já não conseguia evitar, tinha que me deixar de coisas.

Eu estava a chegar a um ponto em que já não conseguia mais, eu jão conseguia ignorar os meus sentimentos, já não conseguia ignorar os meus pensamentos, e acima de tudo, já não conseguia estar sem ele. Já não se tratava de o defender apenas por ser a minha obrigação, eu estava a chegr a um ponto em que não podia mesmo deixar que nada lhe acontecesse. Dei por mim perdido nos seus olhos enquanto pensava em tudo isto e de um momento para o outro, os seus lábios já estavam colados aos meus. Sim, eu chegava a um ponto em que começava a precisar daquilo. Levei imediatamente uma mão à sua bochecha, acariciando-a com as pontinhas dos dedos e afastei os nossos lábios durante uns segundos para olhar os seus olhos enquanto roçava o meu nariz no seu, sentindo a sua respiração ofegante embater-me na cara. Puxei-o mais para mim com a mão livre, deslizando a outra mão té ao seu cabelo e depois sim, voltei a beijá-lo, como deve de ser.

Ele beijava tão bem que só isso me dava vontade de tirar a roupa toda. Dos dois. Abri os olhos quando ele nos afastou por uns segundos mas rapidamente os voltei a fechar para o beijar de novo. Eu podia já não estar bêbado, mas o mesmo destino aconteceu à roupa que ele tinha vestido de novo. Subi essa mesma mão até ao seu pescoço enquanto o beijava e foi a minha vez de meter uma perna por cima do corpo dele, subindo a outra mão pelo seu cabelo apertando-o nas minhas mãos.

Aos poucos, fui roçando a minha língua na sua, o que fez com que cada pêlo do meu corpo se eriçasse. Agora sim, agora eu começava a sentir o que procurara o dia todo. Abri os olhos de repente ao ouvir um tecido rasgar-se, mas nem me importei ao perceber que era a minha camisola. Limitei-me a chegar o meu corpo mais para junto do seu, sentindo a sua perna em cima de mim e com a mão livre, deslizei-a pelo seu peito, enfiando-a dentro da sua camisola. Oh meus deus, os abdominais dele deixavam-me fora de mim. Apertei o tecido da sua camisola na minha mão e acabei mesmo por fazer o que ele fizera à minha, sorrindo maroto contra os seus lábios. Puxei-o mais para mim, passando a mão pela sua perna e mordi-lhe o lábio, puxando-o ligeiramente. Isto era bom demais para poder ser verdade.

A mão que ainda estava junto à sua camisola rasgada mandou os trapos para o chão e passou pelo seu tronco nu, passando os dedos em todos os pormenores que me faziam ficar ainda mais maluco do que já estava. Senti-me repentinamente mais quente quando senti a mão dele debaixo da minha camisola e encolhi ligeiramente a barriga por causa da sensação. Nunca ninguém me tinha tocado assim, quer dizer já muita gente me tinha tocado assim, mas eu nunca tinha ficado assim por me terem tocado assim. Afastei os seus dentes do meu lábios e passei a mão pelo seu cabelo voltando a puxa-lo mais para mim descendo a minha mão que estava no seu peito para o fundo das suas costas, deixando-o completamente colado a mim enquanto começava a beijar-lhe o pescoço.

Elevei ligeiramente o tronco, para que ele pudesse retirar os trapos da minha camisola debaixo de mim e aproveitei para atirar também os seus para o chão, voltando logo a agarrar-me a ele. Eu ainda não conseguia acreditar no que estava a acontecer, ou melhor, no que ia acontecer, sim porque eu sabia quw nenhum dos dois ia parar. Ambos estávamos a gostar demasiado. Soltei um gemido baixinho ao senti-lo tocar-me e senti os calores começarem a subir pelo meu corpo, como sempre acontecia quando ele estava por perto, só que desta vez mais intensos. Isto nunca me tinha acontecido, além de Daniel ser um rapaz, eu nunca tinha ficado assim por causa de ninguém. Fechei os olhos com força mal o senti apertar-me o cabelo e deixei o meu corpo bem colado ao seu, mordendo o meu lábio com força mal os seus foram parar ao meu pescoço. Oh meu deus. Pendo a cabeça, apertando também o seu cabelo nas minhas mãos e deslizei-as depois pelo seu corpo, baixando por fim os meus lábios até à sua orelha.

Eu devia parar não devia? Claro que não. Se estava a gostar tinha que continuar. Sim, claro. As minhas mãos chegaram mesmo a enfiar-se dentro das suas calças, na zona do rabo, fazendo-as descer devagarinho visto que eu nem as tinha desapertado. Apertei-o ligeiramente, mas rapidamente fiquei completamente fora de mim quando ele foi parar à minha orelha fazendo-me soltar um gemido, que apesar de ter sido baixo parecia que ia desmoronar a tenda. Eu já estava tão mal que só queria aquilo, eu só podia por aquilo. Agarrei-lhe no seu cabelo de novo procurando pela sua boca e beijei-a e... não. Não. Comecei a choramingar quando ouvi a música. Aquela música que se ouvia pelo campo todo. A senhora dona generala estava a chamar por todos os soldados. Incluindo-nos aos dois.

Soltei um suspiro prazeroso mal senti as suas mãos dentro das minhas calças, na zona do meu rabo, e ao ouvir o seu gemido, percebi que talvez ali fosse o seu ponto fraco. Sorri contra a sua orelha, continuando a roçar os meus lábio pela mesma, mordiscando-a. Desci os meus lábios até aos seus, beijando-o, e ia começar a desapertar-lhe as calças quando pior som do mundo se fez ouvir. A sério? Agora é que aquilo tocava? Logo agora?
- Eu não acredito nisto.- murmurei ainda com a minha boca colada à sua e fui obrigado a afastar as minhas mãos do seu corpo. Eu sabia que se não aparecessemos, ambos íamos ser castigados. O dia não me podia estar a correr pior, definitivamente. Dei-lhe um leve beijinho antes de me afastar com um suspiro e fui até à ,inha mala, tirando de lá duas camisolas para nós.- anda, furiosa como ela está, ainda te mete de castigo por minha causa.- fiz uma careta, atirando-lhe uma das camisolas. Eu ainda não estava e mim.

Fiquei de barriga para baixo (um bocadinho desconfortável), quando ele se afastou e fiquei a olha-lo ainda durante uns segundos, esticando-me até à camisola. Aquilo quase que era como nos desenhos animados em que o guarda roupa era todo igual. Suspirei vestindo a t-shirt e estiquei-me até ao meu casaco que era grande o suficiente para tapar a zona critica. Cruzei os braços meio amuado por terem estragado o momento e levantei-me saindo da tenda com cara de poucos amigos, era hoje que me apetecia matar alguém.

Vesti a minha camisola, vestindo depois o meu casaco e apertei-o enquanto olhava para Daniel. Eu também estava irritado, tudo o que me nos me apetecia era ter parado com aquilo. Mas bem, de qualquer das formas eu tinha razão, nenhum de nós tinha tido coragem de o fazer. Apesar de tudo, ao ver a sua cara amuada, não consegui não sorrir, ficava quase tão adorável do que quando estava a dormir. Bradley..encolhi os ombros, pouco me importando com os meus pensamentos e assim que ele pôs um pé fora da tenda, eu agarrei-o a tempo de o voltar a puxar para dentro. Virei-o para mim, sempre com um sorrisinho nos lábios e beijei-o, demorando-me um bocadinho. Aquilo era bom, era mesmo muito bom, eu recomendava. Quer dizer, recomendava beijos, não os beijos dele, esses eram para mim. Sorri contra os seus lábios assim que o beijo terminou e passei as pontinhas dos dedos pela sua bochecha.
- Espero que ajude a passar o amuo.- disse com um sorrisinho, antes de sair.

Arregalei os olhos quando fui puxado para a tenda, ainda com aquela música enervante a dar, cada vez mais alto nos meus ouvidos e olhei Brad,vendo que era ele que me puxava. Nem tive tempo de dizer nada, apenas passei a mão pela sua nuca e credo, ele era mesmo grande, beijando-o e chegando-o mais para si. Ainda estava meio atordoado quando ele falou e saiu, fazendo-me virar para a saída da tenda com um sorriso parvo que me fazia querer bater com a cabeça na parede. Forcei-me a sair, indo ligeiramente atrás dele e não foi preciso andar muito para conseguir ouvir a voz esganiçada de Karen.
-Repito: estamos em alerta máximo, corremos o risco de ser atacados. - arregalei os olhos abrindo consecutivamente a boca e olhei para Brad completamente apavorado.

Dei pouco mais do que alguns passos até chegar ao pé do grupo de soldados que estava disposto diante de Karen. Olhei por cima do ombro, para ter a certeza de que Daniel estava atrás de mim e sorri ligeiramente mais descansado assim que o vi. Voltei a olhar para a frente, concentrando-me no que Karen dizia e mordisquei a parte de dentro da minha bochecha assim que a ouvi dizer que corríamos o risco de sermos atacados. Ajeitei o meu capacete, virando-me para trás para dar a Daniel a sua arma e mimei um ''tem calma'', devido ao seu estado. Afinal, de um momento para o outro, este podia deixar de ser um dia assim tão calmo.

Agarrei a minha arma com força tentando disfarçar os tremeliques e encostei a mesma ao meu corpo pressionando os meus lábios um no outro quando Brad me pediu para ter calma. Eu não conseguia ter calma, eu tinha estado enrolado com ele depois de ontem ter morto um homem e escondido um miúdo onde ele podia ser descoberto e agora, segundos depois diziam-nos que podíamos morrer todos. Não, eu não queria morrer. Respirei fundo para conseguir acalmar-me - arranjem  o maior número de comida que conseguirem, pode não existir este acampamento quando chegarmos.

Isto não era bom, isto não era nada bom. Respirei fundo, olhando em volta assim que todos se começaram a dispersar para ir arranjar comida e passei as mãos pelo cabelo, agarrando depois no braço de Daniel.
- Anda.- chamei, para despertar a sua atenção, não tínhamos muito tempo.- temos de ir buscar comida e metê-la numa mochila para depois a levarmos connosco, temos de ser rápidos.- disse, isto tudo tão rápido quanto andava, e assim que chegámos à cantina, puxei-o para entrarmos.

Fui praticamente arrastado até ao refeitório com ele, depois disto já não tinha muita esperança para mim, se atacassem queria dizer que iam fazê-lo em grande, já toda a gente me conhecia, eu não ia durar muito. Agarrei na minha mala que tinha bastante espaço e comecei a pôr para lá garrafas de água e açúcar que pelo menos para mim era o que me fazia sobreviver, pegando em pão e numas peças de frutas, as raras que existiam.