Iraque

Agarrei na garrafa assim que ma voltou a dar e nem tempo de dar um único gole tive, porque ele rapidamente a agarrou de novo. Juntei as sobrancelhas, fazendo uma pequena careta e aproximei-me mais dele, afastando-lhe a garrafa da boca para o fazer olhar-me.
- Não queres falar? - perguntei baixinho enquanto olhava os seus olhos.

Parecia o meu pai, ele é que se tinha começado a embebedar para esquecer a morte da minha mãe. Ia resmungar quando ele tirou a garrafa da minha mão, mas nem consegui, eu sentia-me todo partidinho por dentro. Engoli em seco abanando a cabeça e desviei o olhar para a garrafa - não há nada para falar, só queria ir embora daqui - agarrei de novo na garrafa para beber mais um bocadinho. - mas acho que não há volta a dar, por isso - encolhi ligeiramente os ombros. Já estava habituado à ideia de que ia morrer por ali.

Aproveitei para dar um pequeno gole, visto que ele ainda não me tinha deixado e depois fiquei a olhá-lo, suspirando mal o ouvi falar. Eu não ia insistir, ele não me parecia mesmo nada bem. Talvez esta fosse a sua maneira de lidar com os problemas.
- A guerra não dura para sempre.- murmurei.- tu vais acabar por poder sair.- disse.- mas enquanto não puderes, eu já prometi que te vou proteger.- olhei-o, tocando-lhe no queixo.- só não exageres.- pedi, apontando para a garrafa e voltei a dar-lha.

Já conseguia sentir a minha cabeça a ficar mais zonza e o meu olhar só a deixar de focar, o que queria dizer que a bebida estava a começar a fazer efeito. Ri-me com o que ele disse apesar da vontade não ser nenhuma e abanei a cabeça agarrando na garrafa - morto - disse com os olhos muito abertos bebendo mais um bocado do whisky tal como tinha feito das últimas vezes, dando-lhe depois a garrafa e levantando-me.

Se eu tivesse feito alguma coisa, se eu..se eu..não sei, mas se eu tivesse feito fosse o que fosse, ele não precisava de ter morto aquele homem e não estava naquele estado. A culpa era minha, mesmo que não tivesse pedido para aquilo acontecer. Olhei-o assim que o ouvi falar e mordi a parte de dentro da minha bochecha com força.
- Tu não vais morrer.- murmurei, se bem que não valia de nada dizer-lhe alguma coisa agora, ele já não estava muito bem. Agarrei na garrafa assim que ma deu e juntei as sobrancelhas, vendo-o de pé.- onde é que vais?

Ri-me quando disse que não ia morrer e abanei a cabeça já de pé, mas meio torto - eu sei que tu estás a tentar, mas é o que vai acontecer eventualmente - disse com um encolher de ombros e levantei os braços deitando-me de barriga para cima no chão, começando a tirar o casaco e a camisola branca (que atirei para a frente, indo parar não sei bem aonde e.e) até ficar em tronco nu - vou para o chão, está mais fresco - voltei a sentar-me esticando-me até à garrafa que ele tinha nas mãos.

Porque é que ele era tão teimoso? Ou melhor, porque é que teimava em não acreditar em mim? Suspirei, abanando a cabeça e encostei as costas à sua mala, passando as mãos pela minha cara. Abri os olhos ao fim de algum tempo e quando voltei a olhá-lo, já só o vi a tirar a camisola, que veio parar à minha cara. Arregalei ligeiramente os olhos, agarrando na mesma e não consegui ignorar o cheirinho que vinha da mesma. Ele cheirava tão bem. Agora sim, quem estava com calor era eu. Mordi o lábio, reprimindo a vontade que tinha de me abanar e assenti ao que ele disse, abanando a cabeça logo de seguida mal se esticou para a garrafa.
- Nem penses.- falei a custo.- não vais beber mais.- disse, afastando-a do seu alcance.

Fiz uma cara nada agradada quando ele disse que eu não ia beber mais e fiquei de joelhos à sua frente agarrando-lhe pela camisola branca puxando-o mais na minha direcção, acabei por não conseguir fazer mais aquela expressão e ri-me puxando-o mais -dá-me - resmunguei já todo sério mas, assim que olhei os seus olhos fiquei ligeiramente mais perdido, até bêbado, até bêbado eu tinha vontade de o beijar. Saltei para cima dele ficando com as pernas uma de cada lado do seu corpo, ainda a agarrar-lhe pelo colarinho - dá-me a garrafa. - aquilo era suposto soar ameaçador, mas isso não aconteceu, muito pelo contrário.

Arregalei ligeiramente os olhos mal senti as suas mãos na minha camisola, o que fez com que me debruçasse ligeiramente, o que por sua vez fez com que a minha cara e a dele ficassem mais próximas. Eu não ia aguentar, eu já estava a ferver de calor por todos os lados, aquilo era demais para mim. Mas mesmo assim, afastei ainda mais a garrafa do seu alcance, abanando a cabeça.
- Tu não vais beber mais Daniel.- murmurei, muito seguro das minhas palavras, e de um momento para o outro, já só o senti saltar-me para o colo o que, escusado será dizer, descontrolou ainda mais as minhas hormonas. Eu não conseguia decidir se ele estava a fazer de propósito ou se era mesmo o álcool a falar mais alto. Por mais que tentasse, não consegui controlar a minha mãozinha, que pousei no fundo das suas costas. Médico, por favor, precisa-se. Olhei os seus olhos, visto que estavam cada vez mais próximos dos meus e voltei a abanar a cabeça.- faz-me o que quiseres.- disse encolhendo os ombros. Que ideias que aquilo me dava.- já disse que não vais beber mais.

Semicerrei-lhe os olhos olhando para a garrafa e só não me debrucei até ela porque para isso eu tinha que enfiar a cara dele praticamente no meu peito e eu sabia como é que isso me ia deixar, eu estava bêbado, muito bêbado, mas não tanto, quer dizer... Ri-me com o que ele disse, de que lhe podia fazer o que eu quisesse e tive que me controlar para não continuar a fazê-lo puxando-o pela cara para o beijar. Só parei realmente de rir quando lhe agarrei no cabelo e o beijei tal como cria beijar à muito tempo, mas acabei por voltar a fazê-lo, desta vez já com as lágrimas nos olhos - eu não sei porque é que eu continuo a fazer isto - disse deixando a cabeça cair pesadamente no seu ombro.

Eu estava mal, eu estava mesmo muito mal. Só me apetecia puxá-lo para mim e beijá-lo como se não houvesse amanhã. Pois, o problema era que havia e que as coisas eram capazes de não acabar muito bem. Encolhi os ombros face aos seus olhos semicerrados e coloquei a garrafa aos pés da cama. Suspirei, endireitando-me e quando o fiz, já só voltei a sentir os seus lábios nos meus, como eu tanto queria. Soltei um gemido baixo, por não estar à espera e agarrei na sua camisola, puxando-o para mim o mais que podia, sem nunca deixar de o beijar. Oh mãezinha, perdoa-me, onde quer que estejas. Abri os olhos de repente, completamente ofegante o meu coração disparou ainda mais ao ver as suas lágrimas. Juntei as sobrancelhas, passando uma māo pelo seu cabelo e suspirei baixinho.
- Eu nāo sei.- murmurei baixinho.- mas a verdade é que eu também nāo me importo.- confessei. Mata-te Bradley, no mínimo.

Fechei os olhos por uns segundos limpando as bochechas enquanto ainda estava com a cabeça encostada ao seu ombro e agarrei-me de novo à sua camisola levantando a cabeça com um sorrisinho todo espertalhão, quando ficasse sobrio eu ia ficar tão mal depois disto - pois não, não te importas - disse ainda a agarrar-lhe na camisola - eu sei que não - puxei-o de novo para mim para o beijar mais a sério.

Eu podia estar mal, mas Daniel estava ainda pior. Não que eu me importasse muito, paa dizer a verdade. Se ele nāo estivesse naquele estado, nós nāo estávamos a fazer aquelas coisas. Por isso, há males que vêm por bem. Levei uma māo ao seu cabelo, fazendo-lhe festinhas no mesmo para que parasse de chorar, e assim que o ouvi falar arregalei ligeiramente os olhos. Ia abrir a boca para falar, mas já nāo fui a tempo de dizer nada, visto que os seus lábios já estavam de novo colados aos meus. Apertei o seu cabelo na minha mâo, chegando-o o mais que consegui para mim e, pela primeira vez, rocei a minha língua na sua.

Eu ia ficar mais que maluco, aliás eu já estava mais que maluco, estava todo arrepiado e com impressões boas em tudo o que era sítio, se não estivesse tão bêbado... se não estivesse tão bêbado não estava a fazer isto, afastei-me para me conseguir rir dos meus pensamentos e voltei a deixar cair a cabeça no seu ombro, desta vez com menos força, sentindo o meu nariz roçar no seu pescoço. Abri os olhos passando os lábios pelo mesmo e agarrei-me mais a ele. - Não é suposto sentir isto, é? - perguntei baixinho levando uma mão ao seu cabelo.

Levantei o olhar assim que separou os seus lábios dos meus e fiquei a olhá-lo com cara de parvo enquanto ele se ria. Eu não conseguia perceber onde estava a piada, a mim só me apetecai chorar depois do que tinha feito. Abanei a cabeça, passando uma māo pela cara e todo o meu corpo se arrepiou mal os seus beijos desceram para o meu pescoço, era o meu fim. Fechei os olhos com um suspirinho,cpousando ambas as māos no fundo das suas costas e apertei a sua camisola, sentindo depois as suas festinhas ao mesmo tempo que o ouvi.
- Eu nāo sei.- disse, encostando a minha cabeça à sua.- eu já nāo sei nada.

Eu não sabia porque é que tinha tanta vontade de chorar e rir ao mesmo tempo, mas era mesmo isso que estava fazer. A minha cabeça estava demasiado cheia com tudo o que se tinha passado eu acho que estava só a descarregar. Agarrei-me à sua camisola com força fechando os olhos quando encostou a cabeça à minha - eu não sei o que se passa - disse baixinho passando a mão, que não se estava a agarrar à t-shirt dele, pela cara.

Levantei a cabeça assim que o se ti agarrar-me na camisola com força e toquei-lhe no queixo para que me olhasse também. Eucnão era propriamente um coração de manteiga, mas vê-lo naquele estado estava a dar cabo de mim. Suspirei ao ouvi-lo falar, esticando-me até lhe beijar a testa e aconcheguei-o contra mim, passando também uma das minhas mãos pelas suas bochechas, para lhe secar as lágrimas.
- Isto vai passar.- estiquei-me até lhe dar um leve beijinho nos lábios.- nós vamos descobrir o que se passa e vai ficar tudo bem.

Funguei voltando a passar a minha mão pela bochecha mas logo me acabei quando me deu um beijinho. Sorri um bocadinho enfiando a minha cabeça no seu pescoço e agarrei-me ao mesmo, mas assim que a imagem de Ben me apareceu na cabeça eu sentei-me direito e só não caí para trás porque uma das mãos de Brad estavam nas minhas costas - O Ben - disse esfregando os olhos - ele deve querer comida. - disse de olhos arregalados.

Encolhi-me ligeiramente mal senti de novo a sua respiração contra o meu pescoço e tive de me controlar, apertando ligeiramente a sua camisola nas minhas mãos. Eu nunca na minha vida tinha estado assim. Nem oor causa de uma rapariga, nem oor causa de fosse o que fosse. Ele era diferente, em todos os sentidos, fazia-me sentir coisas que nunca tinha sentido e sinceramente, isso assustava-me. Eracpara levar uma mão ao seu cabelo, para lhe fazer festinhas, mas Daniel levantou a cabeça de repente, fazendo-me também a mim arregalar os olhos. Estava preocupado com Ben. Suspirei, mordiscando o meu lábio e abanei a cabeça.
- Não podes ir ter com ele neste estado.- murmurei.- descansa um bocadinho e depois vamos lá.

Revirei os olhos com o que ele disse - eu não estou assim tão mal - disse passando a mão pelo meu cabelo deixando a minha cabeça cair e desta vez nem tinha sido de propósito. Ri-me baixinho roçando o meu nariz na sua bochecha e não consegui evitar dar-lhe um beijinho no maxilar. - Não consigo descansar - disse-lhe num tom baixo - e se continuar assim isto não vai correr bem - continuei no mesmo tom deslizando os dedos pela sua camisola a baixo arrepiando-me todo enquanto sentia os seus abdominais.

- Estás um bocadinho.- contrariei-o com um leve sorriso.- mas não é nada que um bom descanso não resolva.- disse no preciso momento em que senti o seu beijinho no meu maxilar. Eu começava a ficar com ainda mais calor do que o habitual, começava a ser dificil controlar-me. Mas controlar-te do quê Bradley, não há nada para ser controlado. Isso pensava eu. Levantei o olhar para ele, ouvindo-o falar e fui obrigado a concordar. As coisas estavam a tornar-se algo descontroladas.
- Eu sei.- murmurei, fechando os meus olhos de imediato mal senti as suas mãos no meu peito. Por pouco não rasguei a sua camisola, de tanta força que fazia e insconscientemente, puxei-o tão bruscamente para mim que os nossos corpos embateram um no outro, fazendo-me estremecer.

Abri os olhos de novo - e tu não te importas? - perguntei com os olhos muito abertos, eu acho que estava cada vez pior, nem me importava com o que estava a fazer. Soltei um gemido surpreendido quando Brad me puxou para ele pela t-shirt e nem sequer me contive, agarrei-me de novo à sua cabeça passando os dedos entre o seu cabelo, eu não conseguia afastar-me, isso ia ter ele que fazer, se é que ele conseguia afastar-me.

Mal ouvi o seu gemido, os meus lábios entreabriram-se e também eu soltei um. Este era o meu fim, sem sombra de dúvidas. Fechei os olhos de forma instantânea mal afundou os dedos por entre o meu cabelo e engoli em seco, sentindo a minha respiração ofegante. Abri os olhos a algum custo, lembrando-me da sua pergunta e também eu passei as mãos pelo seu peito, parando no seu pescoço, puxando a sua cara parto da minha de novo.
- O que é que tu achas? - perguntei já com a voz meio rouca, roçando os meus lábios nos seus.

Oh meu deus, eu já estava morto com uma overdose só de whisky e agora estava no céu, era por isso que isto estava a sair tão bem. Eu estava só a apertar-lhe a camisola, mas ela acabou por rasgar-se e eu senti, mas eu senti muito bem aqueles músculos. Precisava de ser abanando urgentemente. Passei as pontas dos dedos pelos mesmo descendo pela sua barriga, mas logo levantei o olhar beijando-o quando roçou os nossos lábios, mas fui eu que acabei por parar, eu tinha que parar e felizmente consegui. Abracei-me ao pescoço dele tal como tinha feito da outra vez e mexi-me em cima dele para me colocar melhor e mais confortável. Apesar de ter que parar não me ia afastar. Fechei os olhos beijando-lhe de leve o pescoço e adormeci que nem um anjinho mal deixei os olhos fechados por alguns segundos.

Baixei o olhar para a minha camisola em pedaços mal ouvi o som do tecido a rasgar-se e por mais que fosse suposto ficar assustado por ter feito aquilo, perdi todo o meu raciocínio mal senti as suas mãos passarem-me pelo peito. Nós não estávamos a fazer nada e eu estava assim, nós não estávamos a fazer nada e eu sentia o meu corpo prestes a explodir. Quer dizer, nós estávamos era a fazer mais do que o que devíamos. Gemi baixinho contra os seus lábios, levando uma mão de forma instintiva à sua bochecha e mal os seus lábios se separaram dos meus, eu abri os olhos de repente. Abri os lábios para lhe perguntar porque é que o tinha feito, mas logo me calei. Alguém tinha de o fazer. Respirei fundo, tentando controlar a minha respiração ofegante e já só o senti abraçar-se ao meu corpo. Voltei a fechar os olhos, pousando de novo as minhas mãos no fundo das suas costas e deixei-me estar muito encostadinho a ele, encostando a minha cabeça no seu ombro ao mesmo tempo que senti o seu beijo no meu pescoço, o que me fez estremecer. Respirei fundo, antes que me desse ali uma coisinha e mal ouvi a sua respiração acalmar, percebi que tinha adormecido. Ajeitei-o no meu colo, tendo cuidado para não o acordar e deitei-me com ele junto a mim, puxando as mantas para cima dele, roçando os meus lábios na sua testa. Sentia-me a morrer aos poucos.